sábado, 23 de abril de 2016

Vírus: Parasitas Celulares Obrigatórios

Vírus: Parasitas Celulares Obrigatórios

Os vírus podem ser conceituados como parasitas intracelulares obrigatórios. Eles são organismos vivos desprovidos de organelas e de metabolismo próprio, são acelulares e carregam consigo apenas um tipo de ácido nucléico. Os vírus são considerados organismos vivos por apresentarem duas características importantes destes, que são: a capacidade de autoduplicação e a variabilidade. Na sua estrutura, além de ácido nucléico, podem ser encontradas proteínas, e eventualmente, fosfolipídios e polissacarídeos, o que também contribui para classifica-­los como seres vivos.

Os vírus foram descobertos a partir dos experimentos de Dimitri Iwanowski, em 1892, e de Martinus Beijerinck, em 1898, que demonstraram, trabalhando separadamente, que o agente causador de enfermidade no fumo, chamada de doença do mosaico do tabaco, era filtrável, sendo então chamado de vírus, uma designação para veneno em latim. Apenas após a década de 1940, com o advento da microscopia eletrônica, que os vírus vieram a ser mesmo observados.

O primeiro vírus animal foi descoberto ainda em 1898 por Friedrich Loeffler & Paul Frosch que demonstraram um agente similar responsável pela febre aftosa. Trabalhando juntos com Kock, eles filtraram o líquido contendo o agente causador da doença e observaram que esse líquido ainda permanecia infeccioso mesmo depois do processo de filtração. Substituindo a membrana filtrante por outra com poros menores, conseguiram verificar que a propriedade que causava a infecção havia ficado no filtro, comprovando que o agente era composto de partículas e não de natureza líquida. Comprovaram também que de alguma forma essas partículas eram capazes de se replicar. A partir daí a virologia se tornou uma disciplina científica.

Em princípios do século XX, Frederick Twort, em 1915, e Félix d'Herelle, em 1917, descobriam que bactérias poderiam ser infectadas por vírus. Em 1935, Wendell Stanley cristalizou o vírus do mosaico do fumo e descobriu que eram compostos, em sua maior parte, de proteínas. Em 1949, John Franklin Enders, Thomas H. Weller e Frederick Chapman Robbins desenvolveram, conjuntamente, uma técnica para reproduzir o vírus da poliomielite em cultivos de células vivas de animais.

Apesar dos primeiros estudos das viroses tenham começado no início do século, foi a partir de 1930, com o aparecimento do microscópio eletrônico, que as evidências da composição química e estrutura dos vírus foram conhecidas. Em 1966, foi criado o Internacional Committee on Nomenclature of Viruses (ICNV). Os pesquisadores apenas agruparam os vírus em um único sistema, independente de outras formas biológicas até então conhecidas. Em 1973, este comitê mudou­se o nome do comitê para Internacional Committee on Taxonomy of Viruses, como é conhecido até hoje. Virologistas organizaram os vírus em níveis hierárquicos de ordem, família, subfamília, gênero e espécie, além de níveis mais baixos de hierarquia.

Desconhece­-se a origem dos vírus. Embora a virologia tenha surgido como ciência há pouco mais de 100 anos, provavelmente os vírus já existiam dentro dos organismos vivos desde a origem da vida. Infelizmente, não há registros fósseis detectando seu período de surgimento e nem comprovando sua possível origem. Além disso, as altas taxas de mutação atrapalham a deduzir como eram os vírus ancestrais.

Há três teorias gerais sobre a origem dos mesmos:

1. Vírus como remanescentes do mundo pré­ celular: Proposta baseada na simplicidade estrutural dos vírus, reforçada pela capacidade enzimática de RNAs e da suposição de que RNAs foram as primeiras moléculas vivas (a maior parte dos vírus é de RNA). Também poderiam ser derivados de formas mais simples de RNAs, como viróides. Entretanto, sabe-­se que há um parasitismo obrigatório intracelular.

 2. Vírus como descendentes de outros organismos patogênicos:

Interação entre patógeno e hospedeiro íntima, onde perder a maquinaria celular tornaria uma vantagem evolutiva.

3. Vírus como elementos genéticos que escaparam:


Existem regiões homólogas codificadoras no genoma celular e viral – polimerases oncogenes ou  retrovírus (vírus RNA). Entretanto é ausente a síntese de RNA dependente de RNA nos hospedeiros. Os registros de doenças virais em humanos são recentes se comparado ao tempo do Planeta, de pelo menos 3,5 bilhões de anos, e ao tempo evolutivo do Homo sapiens, há cerca de 100.000 anos. A raiva já era conhecida na antiguidade e evidências de varíola foram encontradas em múmias egípcias em documentos chineses antigos.




Alguns vídeos sobre vírus e doenças:







Referências:

Antoções de Aula Prof. Fernanda

Aulas Prof. Jubilut

Imagens Google.

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