Vírus: Parasitas Celulares Obrigatórios
Os vírus podem
ser conceituados como parasitas intracelulares obrigatórios. Eles são
organismos vivos desprovidos de organelas e de metabolismo próprio, são
acelulares e carregam consigo apenas um tipo de ácido nucléico. Os vírus são
considerados organismos vivos por apresentarem duas características importantes
destes, que são: a capacidade de autoduplicação e a variabilidade. Na sua
estrutura, além de ácido nucléico, podem ser encontradas proteínas, e
eventualmente, fosfolipídios e polissacarídeos, o que também contribui para
classifica-los como seres vivos.
Os vírus foram descobertos a partir dos experimentos de Dimitri Iwanowski, em 1892, e de Martinus Beijerinck, em 1898, que demonstraram, trabalhando separadamente, que o agente causador de enfermidade no fumo, chamada de doença do mosaico do tabaco, era filtrável, sendo então chamado de vírus, uma designação para veneno em latim. Apenas após a década de 1940, com o advento da microscopia eletrônica, que os vírus vieram a ser mesmo observados.
O primeiro
vírus animal foi descoberto ainda em 1898 por Friedrich Loeffler & Paul
Frosch que demonstraram um agente similar responsável pela febre aftosa.
Trabalhando juntos com Kock, eles filtraram o líquido contendo o agente
causador da doença e observaram que esse líquido ainda permanecia infeccioso
mesmo depois do processo de filtração. Substituindo a membrana filtrante por
outra com poros menores, conseguiram verificar que a propriedade que causava a
infecção havia ficado no filtro, comprovando que o agente era composto de
partículas e não de natureza líquida. Comprovaram também que de alguma forma
essas partículas eram capazes de se replicar. A partir daí a virologia se
tornou uma disciplina científica.
Em princípios
do século XX, Frederick Twort, em 1915, e Félix d'Herelle, em 1917, descobriam
que bactérias poderiam ser infectadas por vírus. Em 1935, Wendell Stanley
cristalizou o vírus do mosaico do fumo e descobriu que eram compostos, em sua
maior parte, de proteínas. Em 1949, John Franklin Enders, Thomas H. Weller e
Frederick Chapman Robbins desenvolveram, conjuntamente, uma técnica para
reproduzir o vírus da poliomielite em cultivos de células vivas de animais.
Apesar dos
primeiros estudos das viroses tenham começado no início do século, foi a partir
de 1930, com o aparecimento do microscópio eletrônico, que as evidências da
composição química e estrutura dos vírus foram conhecidas. Em 1966, foi criado
o Internacional Committee on Nomenclature of Viruses (ICNV). Os pesquisadores
apenas agruparam os vírus em um único sistema, independente de outras formas
biológicas até então conhecidas. Em 1973, este comitê mudouse o nome do comitê
para Internacional Committee on Taxonomy of Viruses, como é conhecido até hoje.
Virologistas organizaram os vírus em níveis hierárquicos de ordem, família,
subfamília, gênero e espécie, além de níveis mais baixos de hierarquia.
Desconhece-se
a origem dos vírus. Embora a virologia tenha surgido como ciência há pouco mais
de 100 anos, provavelmente os vírus já existiam dentro dos organismos vivos
desde a origem da vida. Infelizmente, não há registros fósseis detectando seu
período de surgimento e nem comprovando sua possível origem. Além disso, as
altas taxas de mutação atrapalham a deduzir como eram os vírus ancestrais.
Há três
teorias gerais sobre a origem dos mesmos:
1. Vírus como
remanescentes do mundo pré celular: Proposta baseada na simplicidade
estrutural dos vírus, reforçada pela capacidade enzimática de RNAs e da suposição
de que RNAs foram as primeiras moléculas vivas (a maior parte dos vírus é de
RNA). Também poderiam ser derivados de formas mais simples de RNAs, como
viróides. Entretanto, sabe-se que há um parasitismo obrigatório intracelular.
2. Vírus como descendentes de outros
organismos patogênicos:
Interação
entre patógeno e hospedeiro íntima, onde perder a maquinaria celular tornaria
uma vantagem evolutiva.
3. Vírus como
elementos genéticos que escaparam:
Existem
regiões homólogas codificadoras no genoma celular e viral – polimerases
oncogenes ou retrovírus (vírus RNA).
Entretanto é ausente a síntese de RNA dependente de RNA nos hospedeiros. Os
registros de doenças virais em humanos são recentes se comparado ao tempo do
Planeta, de pelo menos 3,5 bilhões de anos, e ao tempo evolutivo do Homo
sapiens, há cerca de 100.000 anos. A raiva já era conhecida na antiguidade e
evidências de varíola foram encontradas em múmias egípcias em documentos
chineses antigos.
Alguns vídeos sobre vírus e doenças:
Referências:
Antoções de Aula Prof. Fernanda
Aulas Prof. Jubilut
Imagens Google.
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